Oi, oi! Como estão por aí? Aqui as temperaturas começaram a cair levemente, mas o suficiente pra me fazer lembrar do que vem pela frente. Ou seja, modo “aproveitar o verão” ligado no último nível.


Hoje vou falar sobre algo que despertou uma risada frouxa em mim. Sinto que o assunto Olimpíadas já está excedente nos meios de comunicação, por isso vou ir direto ao ponto. O que não significa que eu não esteja em êxtase com o evento em si, com a participação do Brasil e as histórias de atletas de outros países que encheram meu coraçãozinho de alegria e entusiamo.

Agora, vamos ao assunto de hoje. Estava eu acompanhando a transmissão de encerramento das Olimpíadas em um canal dos EUA, quando o repórter americano fez um comentário que me arrancou uma gargalhada. Ao que parece, ele estava em um estádio, rodeado por atletas de vários países having a great time (como ele mesmo descreve. Se divertindo, traduzindo para o português). Além disso, ele acrescenta que o DJ estava tocando músicas tão boas que (aqui vem a melhor parte) os brasileiros decidiram fazer uma competição de dança. Aí vem uma pausa da transmissão ao vivo para mostrar a gravação de momentos antes dos brasileiros numa rodinha de pessoas dançando.
Se você viveu no Brasil por tempo suficiente, você sabe que brasileiros fazem uma rodinha e dançam ao som de qualquer música, basta estarem empolgados e terem companhia. Eu jamais caracterizaria isso como uma competição de dança. Seria apenas, como ele mesmo disse, se divertindo.

Isto me lembrou outro momento, quando eu estava organizando minha festa de casamento (minha e do meu marido, no caso) e li uma revista de Boston com dicas para festas de casamento, enquanto cortava meu cabelo no salão. Uma das dicas da noiva entrevistada para a reportagem era: contrate um professor de dança para que as pessoas não fiquem “apenas dançando aleatoriamente”. Eu não lembro exatamente as palavras que estavam escritas na reportagem da revista, só lembro de achar uma péssima ideia. Pra mim, a melhor coisa ao dançar é justamente não ter que me preocupar com o que eu estou fazendo ou seguir um script. Considero uma ótima oportunidade para aproveitar o momento mesmo. Eu diria que dançar em uma festa é um dos poucos momentos que eu me divirto, sem me preocupar em controlar qualquer aspecto da situação (meus movimentos, o que as pessoas vão pensar de mim e etc.). Dar espaço para a famosa serendipidade, a qual já mencionei aqui.
Eaí, lembrei de outro post aqui da newsletter e do modelo de Lewis para culturas. De acordo com o gráfico, a cultura dos EUA está quase no extremo do perfil ativo-linear: planejador, decidido, factual, frio. Já a cultura do Brasil está no extremo do perfil multi-ativo: caloroso, emotivo, eloquente, impulsivo. Não que eu concorde com todo o modelo de Lewis e considere isso uma lei sem variáveis, mas explicaria a interpretação feita por parte do repórter americano em relação aos brasileiros dançando e o plano da noiva americana de contratar um professor de dança para o casamento.
Pensar sobre essas situações sempre me provoca dois sentimentos:
Onde foi que eu me meti? 😬
Que bom que tenho contato com culturas completamente diferentes.
Partindo do pressuposto de que eu entenda a importância do funcionamento dos hábitos e costumes de um povo, posso escolher o que faz mais sentido em cada situação da minha vida. Acho que, no fim das contas, essa inquietação aqui dentro é o meu medo do novo, desse confronto de culturas. O medo da mudança. Ter controle de quem eu sou ou vou me tornar me dá certa segurança, mas também frustração, quando as coisas não saem como eu planejei. Aos poucos vou aprendendo que eu não tenho controle sobre nada, e nem vou ter. Quanto mais percebo que certos acontecimentos da minha vida não saíram como planejado, mais me dou conta que era exatamente aquilo que deveria ter acontecido. Não sem muita resistência, choro e dor de cabeça antes, claro.
Esta edição contou com a colaboração de mais uma pessoa super especial, a tia Josiane. Sim, eu a chamo de tia porque eu a conheço desde que era pequena, apesar das orientações da minha mãe para não o fazer. Chamar ela só de Josiane não me parece fazer jus ao carinho que sinto por ela, e ela disse que não se incomoda, então tá tudo certo. A Josiane Longaray (agora quero destacar o quão boa profissional ela é, por isso sai o tia e vem o sobrenome) me ajudou na produção dessa edição da newsletter. Ela é graduada em Letras, mestre em Linguística Aplicada, especialista em produção textual para vestibular, Enem e concursos. Trabalhou durante anos como professora de literatura, foi diretora de uma escola e é presidente de uma faculdade. Ela me auxiliou principalmente na finalização do texto, uma questão que tenho dificuldade, além da correção do texto em si.
Este é mais um capítulo da série “a importância das outras pessoas na nossa vida”.
Um beijo!
Adorei! Aproveitei para viajar no tempo e relembrar a época das festinhas da escola onde nós “fazíamos competição de dança”, embaladas pelo som de Cindy Lauper…
Amei esta parceria (Ivy/Josiane), só podia dar coisa muito boa mesmo 😍