Oi gente! Tudo certinho?
Nessa edição, antes de ir direto ao assunto, queria dizer que tô MUITO feliz com o alcance da newsletter. Várias pessoas me escreveram dizendo que estão acompanhando os posts e principalmente, dizendo que o que eu escrevi fez elas pensarem de uma maneira diferente.
Uma leitora me contou que já fez a pergunta “de onde você é?” para outra pessoa e se deu conta, lendo meu post, que não foi muito feliz com a questão. Outro leitor que não mudou do Brasil mas mudou de cidade, disse que se identificou com o texto de alguma forma. Uma amiga que mora no Brasil falou que ficou contente porque agora vai poder me “sentir mais pertinho”. (Malu, agora escrevendo isso me dei conta que, a não ser que tu comece uma newsletter também, a gente precisa se falar mais porque eu não consigo te “sentir mais pertinho”). Também descobri que o Tatte é a bakery preferida de uma leitora, como é a minha (e falei no primeiro post), e já estamos combinando de se encontrar lá, óbvio.
Enfim, foram muitos comentários que recebi e ADOREI. Como eu já disse, a minha intenção com essa newsletter é exatamente essa. Refletir sobre o que eu escrevo aqui e ouvir a reflexão dos outros também.
Agora vamos ao assunto de hoje. Quero dividir com vocês uma situação engraçada que aconteceu comigo.
Estava eu na academia quando decidi usar um aparelho que eu nunca tinha visto/usado antes de mudar para os EUA (e também tenho certo preconceito): o stepmill.
Preconceito porque o negócio simula a gente subindo escadas e por zero dólares e zero uso de energia elétrica eu consigo fazer isso nas escadas do meu prédio, por exemplo. (Pesquisei rapidinho aqui e descobri que custa em torno de 2k dólares pra comprar!!) Mas, como confessei ali em cima, acho que é um preconceito meu porque, como vocês podem ver na foto, na academia onde eu vou tem vários aparelhos desses e sempre tem alguém usando. Se faz sentido pra alguém, faz sentido, não é mesmo?! Fora que esteira, elíptico (transformer), bicicleta… é tudo uma simulação de algo que pode ser feito por zero dólares e zero uso de energia elétrica, e esses eu uso bem feliz.
Então, subi em cima da máquina com aquela desconfiança, comecei a aumentar a velocidade aos poucos e, até que deu bom. O problema é que, quando eu colocava o pé muito perto do espelho da escada, o degrau esmagava o bico do meu tênis. E isso aconteceu bastante quando eu tava usando. Foi aí que me lembrei de um episódio do Chico Bento (da Turma da Mônica) que assisti quando era criança e por algum motivo guardei na memória.
O Chico (personagem caipira) visita o shopping pela primeira vez e passa por umas situações engraçadas porque não tá acostumado com aquilo tudo. (Salve Mauricio de Sousa e sua maestria pra criar personagens e escrever histórias). Ele “compra” um sapato e não se dá conta que precisa pagar, toma banho pelado numa fonte e prende a bota na escada rolante porque não entende direito como funciona. Opa! Aqui entra eu. Quando lembrei do episódio, me dei conta que eu era a caipira experimentando algo pela primeira vez. E como na história do Chico Bento, a escada “comeu minha botina”, como ele mesmo diz no final do episódio. Só que, diferentemente do Chico, eu fingi que sabia o que tava fazendo. Depois até chegou uma pessoa do meu lado e começou a subir de lado (nível hard, gente), mas eu pensei: calma, Ivy. Uma coisa de cada vez. Se o negócio já tá “comendo” teu tênis e tu tá no modo básico, dá uma segurada.
Agora, por que resolvi compartilhar essa história? Esse episódio me fez pensar que sempre vai ter alguma situação pela qual eu nunca passei antes, independetemente de onde eu estiver. (Talvez aqui nos EUA eu esteja mais suscetível a situações desconhecidas e algumas eu nem tenho escolha se quero enfrentar ou não). Logo, melhor ser gentil comigo mesma. As vezes vai ser algo muito pior que um simples aparelho de academia, logo devo multiplicar a gentileza. E (agora pensando nos outros) caso eu veja alguma idiota estragando os tênis nessa máquina, pegar leve com ela porque pode ser a primeira vez dela também.
E vocês? Já se sentiram caipiras em alguma situação específica?
Esse post me lembrou um episódio do podcast da Laura Peruchi. Chama “Micos dos ouvintes que moram fora”. Nele tem relatos de vários brasileiros que moram no exterior, incluindo uma que mora no Hawaii, conheceu o Jack Johnson, falou com o Jack Johnson sobre o Jack Johnson sem saber que ele era o Jack Johnson. Engraçadíssimo. Vale a pena.
Outra coisa que queria falar é que, como boa Millennial que sou, ainda tô aprendendo a mexer nessa rede social chamada Substack. Mas se tem uma coisa que entendi é que funciona basicamente como as outras redes: quanto mais interações, melhor o alcance. Então, se tu gostares dos posts, não esquece de curtir ali embaixo no coraçãozinho. Comentar, compartilhar com outras pessoas…. Melhor ainda!
Ivys! Vamos ter que nos falar mais mesmo, porque não tenho esse talento pra escrever como vc!
Amei imaginar o tênis sendo comido pelo aparelho hahah (vindo de alguém que já teve alguns chinelos comidos pela escada rolante).
E achei simbólico esse pensamento a partir do stepwill "um passo de cada vez", e assim seguimos!
Amo vc,que honra ter sido mencionada aqui ❤️
Muito bom, Ivy! Muito bom!