Os winter blues me pegaram
Como sobreviver ao inverno (ou qualquer situação sobre a qual não temos o controle)
Confesso que fiquei hesitante em escrever sobre o inverno nesse momento, afinal de contas ele já está mais perto do fim do que do começo, certo?! Certo, porém errado. Normalmente, quando começa o inverno, eu sou bombardeada de conteúdo sobre como combater os winter blues. No entanto, no começo do inverno eu tenho bastante energia ainda. Quando o negócio me pega mesmo é do meio pro fim, ou seja, agora.
Eu sempre fui uma pessoa que ama verão, praia, água, natureza, caminhar, usar poucas roupas, etc., então o inverno acaba me impactando consideravelmente. Apesar disso, foi só lendo a newsletter da Jennifer Orkin Lewis, que eu me dei conta do quanto. O post dela começa com um desenho que ela fez dela mesma no inverno socada de roupas. Basicamente, a única parte do corpo exposta é uma mínima parte do rosto. (Clica aqui pra ver o post, gente. Vale a pena só pra ver o desenho). Na mesma hora já me identifiquei. Ela fala que aquele é o traje dela pra dentro de casa (achei engraçadíssimo) e que se ela sair, dói até os ossos. Pra mim o inverno não chega a ser tão difícil assim, imagino porque ela tem 64 anos e eu 31, mas me pega de jeito também.
Semana passada levei meu laptop pra um dos meus lugares favoritos em Boston (outdoor), o jardim interno da biblioteca pública, só que consegui ficar 15 minutos lá e tive que ir pra dentro.
Além do frio, o que mais me incomoda é a duração do dia. O pôr-do-sol as 4 da tarde (agora já às 5:30 pm) me mata porque eu começo a sentir sono logo que começa a escurecer. O que eu faço pra ajudar com isso é, quando percebo que tá escurecendo e tô em casa, ligo todas as luzes dos cômodos, assim meu corpo não começa a relaxar e achar que é hora de dormir. Pra mim, funciona bem.
A conclusão que eu cheguei é de que viver no inverno exige mais de mim (e da minha conta de luz também). Tenho que estar sempre alerta e fazer um esforço pra manter a minha energia alta. No entanto, o título traduzido do post da Jennifer é “Estou me movendo no ritmo de um caracol e está tudo bem”, então comecei a absorver a ideia de que, quando eu puder, vou ativar o modo caracol. Não é fácil, acreditem. É mais fácil acelerar e tentar fazer tudo que posso fazer em um dia só (depois lidar com uma enxaqueca horrorosa) do que desacelerar e me dar uma trégua. Mas, estou tentando.
DICAS DE COMO COMBATER OS WINTER BLUES
📖 Esse mini-livro da Lisa Congdon, o “Laundry Room”, edição #6 e o poema do Lewis Carroll me fizeram ver beleza na neve novamente. Algo que eu perdi depois do meu primeiro ano aqui.
“I wonder if the snow loves the trees and fields, that it kisses them so gently? And then it covers them up snug, you know, with a white quilt; and perhaps it says, "Go to sleep, darlings, till the summer comes again.” ― Lewis Carroll, Alice’s Adventures in Wonderland / Through the Looking-Glass
Tradução: Eu me pergunto se a neve ama as árvores e os campos, que os beija tão suavemente? E então cobre-os bem, você sabe, com uma colcha branca; e talvez diga: “Vão dormir, queridos, até o verão voltar.”
🎬 Séries e filmes, quando são bons, dão um boost considerável na minha energia. Ainda não assisti nenhum filme digno de indicação esse ano, mas série… Gente, essa é potencialmente a melhor série que vou assistir esse ano.
A Issa (personagem principal) tá struggling com várias questões na vida dela e aos poucos ela vai mudando a perspectiva de como ela enxerga as coisas. Eu adorei.
OBS.: Se tu preferes séries com personagens bem sucedidos e só gosta quando a protagonista acha o par e as amigas perfeitos e o emprego dos sonhos, pode passar essa dica.
🗓️ Uma coisa que aprendi é que sempre tem algum evento que possa me interessar acontecendo em algum lugar perto de mim. Fuçando no website das universidades daqui, descubro várias programações e vou bem feliz. Semana passada fui no Departamento de Literatura da universidade de Harvard participar de um encontro para ler e ouvir poemas sobre amor. Além de ler o poema que eu levei, poder ouvir poemas de outras pessoas e analisar todos de uma perspectiva que eu nunca tinha tido antes, conheci uma pessoa que se interessou super pela minha newsletter e já tá assinando mesmo sem falar português. Amei.
E por hoje é isso. As dicas servem pra quem tá morrendo de calor também, ou em alguma situação sobre a qual não temos o controle. (Só não comenta aqui que tá com calor, combinado?! Vamos nos respeitar😂).
E vocês? O que fazem pra sobreviver à essas situações?
Tô viciada na sua newsletter
Inverno é difícil, mesmo pra mim que moro na Flórida - imagino pra quem mora pra esses lados mais frios. A gente fica doente, fica mais recluso. Por aqui não dá pra saber que roupa usar pq a amplitude térmica é mto grande (tem dias que faz 8 graus de manhã cedo e 29 a tarde). Enfim, tb não vejo a hora de chegar a primavera e o verão ❤️