Eu sou a Ivy. Preciso dizer que sou gaúcha e moro nos EUA porque vocês vão notar um monte de “tus” e palavras em inglês no meio dessa conversa. O motivo é porque essa sou eu na vida real.
Sou arquiteta, artista e voluntária no projeto Português Como Segunda Língua do Grupo Mulheres do Brasil.
Eu pensei MUITO sobre o que eu escreveria nesse primeiro post e aí lembrei do primeiro episódio do podcast da Brené Brown. Ela diz: “As much I love this new podcast, what I don’t love is being new at things (...) I think for all of us being new is something incredibly vulnerable even when we are excited and committed.” Traduzindo ficaria mais ou menos assim: “Por mais que eu ame esse podcast, o que eu não amo é fazer alguma coisa pela primeira vez (...) Acho que para todos nós, ser novo é algo incrivelmente vulnerável, mesmo quando estamos entusiasmados e comprometidos.” E é assim que tô me sentindo sobre essa newsletter. A Brené também diz: “The only way to get to the other side of the discomfort of being new is to push right through the middle.” Tradução: “A única maneira de atravessar esse desconforto de ser novo é passar por isso.” E então é isso que tô fazendo :)
Aqui quero compartilhar um pouco sobre minhas experiências como imigrante e meus desenhos e ilustrações que na maioria das vezes refletem essas experiências. E quando falo compartilhar, é porque quero saber a opinião de vocês também! Se não eu deixaria esse texto salvo no meu Google Docs mesmo.
A experiência que eu quero compartilhar hoje é sobre uma visita à minha cafeteria preferida aqui em Boston: (o ou a?) Tatte Bakery. (Colocar gênero nas palvras depois que eu comecei a me expressar em inglês virou um saco pra mim. Mais alguém?).
Quando eu tava na fila esperando pra pegar meu house latte, vi um cartaz sobre a ilustradora Cinta Arribas. Óbvio que já fui procurar o Insta dela e vi essa ilustração que AMEI:
Photo by Cinta Arribas on Instagram
Logo que eu vi, pensei: essa sou eu imigrante! Tem um monte de coisas acontecendo ao meu redor (no caso do desenho, representado pela grama e pelas flores) e eu tô ali no meio aproveitando. As vezes struggling. (Essa é a melhor palavra pra descrever esse sentimento. O significado dela em português não contempla minhas emoções). Daí pensei: vou fazer uma versão minha no mar. Se tem uma coisa que gosto mais que deitar na grama, é entrar no mar. Porém, quando comecei o desenho, decidi me representar boiando porque quando tô boiando existe uma linha tênue entre estar aproveitando e quase se afogando com a água na cara. E é assim que me sinto como imigrante! As vezes tô relaxada, aproveitando. Outras vezes eu sinto que se eu relaxar eu me “afogo”.
Photo by me
E assim surgiu a minha ilustração. Queria compartilhar ela aqui porque foi o começo da minha ideia de fazer a newsletter.
Como eu disse ali em cima: quero saber a opinião de vocês! Vocês se sentem assim também? Ah! Feedback sobre a ilustração também é muito bem-vindo!
Vou tentar escrever uma vez por semana e ver como vai funcionar.
Um abraço,
Ivy.
Eu achei incrível a relação de estar na superfície do mar, naquela linha tênue entre a leveza de estar boiando, com o desespero de se afogar. Essa adrenalina acho que às vezes é o que nos propulsiona a seguir e tentar coisas novas.
Espero que ela siga te impulsionando pra poder te acompanhar por aqui!
Adorei o desenho, pra mim traz a sensação de se deixar levar. Onde será que a correnteza vai nos deixar?
Amei e me identifico muito com sua ilustração e o sentimento de ser imigrante!!!